CRIATURA DA NOITE
Se procura um espaço onde abundam as pseudo-análises político-sociais com um ligeiro travo de ironia e sátira política de alguém que não percebe nada disto, chegou ao sítio certo!
A RAINHA QUE TEVE CORAGEM DE DESPEDIR O MARQUÊS
Uma das figuras mais polémicas e controversas da nossa História é retratada por Alexandre Honrado numa excelente obra que mostra o lado humano da rainha, mulher e mãe.
"D.Maria I", a primeira soberana a assumir o poder efectivo de Portugal no séc. XVIII foi considerada por alguns historiadores, louca e impreparada para assumir os comandos de um reino em perigo e numa época em constante (r)evolução.
Contudo, uma outra linha de estudiosos, começam a defender a tese da suposta "loucura". Segundo eles, esta insanidade não passou de uma manobra política. Na óptica de Alexandre Honrado: "Com o Reino em risco, uma Rainha louca era um símbolo intocável."
"Louca" ou "Pia", numa coisa todos parecem concordar: Maria I deixou obra feita e marcou, inegavelmente, um período da nossa História. A criação da Casa Pia, a Lotaria ou os sinais rodoviários devem-se a esta soberana.
A primeira rainha a assumir a maternidade, cuidando directamente da educação dos filhos e a assumir uma sentimentalidade pouco própria para a época, ficará também para a História como a mulher que teve a coragem de despedir o todo-poderoso e omnipotente Sebastião de José Carvalho e Melo, vulgo Marquês de Pombal, pelo seu nepotismo, incompetência e crimes perpetrados durante o reinado de D.José I, seu pai, onde se incluem o massacre dos Távoras ou o incêndio na Trafaria.
No livro "D.Maria I". Alexandre Honrado, tenta repôr a verdade histórica, através de factos incontornáveis, mostrando uma rainha pouco convencional para a época que, um dia, ousou tornar-se mãe, mulher e soberana.