CRIATURA DA NOITE
Se procura um espaço onde abundam as pseudo-análises político-sociais com um ligeiro travo de ironia e sátira política de alguém que não percebe nada disto, chegou ao sítio certo!
QUEM ESPERA, DESESPERA
Enquanto o mundo ocidental chora as vítimas dos atentados de Paris ocorridos na passada sexta-feira, os portugueses aguardam impávidos e serenos a decisão do Presidente da República (PR), Anibal Cavaco Silva. Afinal, o que vai fazer o ainda PR? Indigitar António Costa para formar um Governo de esquerda, nomear um Governo presidencial que corre o risco de ser novamente chumbado no Parlamento, marcar novas eleições, esperar uma inspiração divina ou aguardar pacientemente que uma cagarra chegue das Ilhas Desertas para comunicar-lhe a decisão?
De facto, esta espera é totalmente incompreensível. Primeiro, foi a demora na indigitação de Pedro Passos Coelho como Primeiro-Ministro, agora é esta espera que que quase desespera.
Que poderes se movem por trás desta pseudoindecisão? Seria mesmo necessário aguardar 1 mês e 4 dias para o PR indigitar Pedro Passos Coelho, dando tempo ao PS de firmar 3 acordos à esquerda com vista ao chumbo do programa do novo Governo na Assembleia da República?
No meio de toda esta trapalhada política, continuamos sem Orçamento de Estado (OE) para 2016, sem Governo, a UE a ameaçar aplicar sanções pecuniárias a Portugal, caso não apresentemos em breve as principais linhas do OE e, por último mas não menos importante, as agências de rating a ameaçar baixar o nível de Portugal para 'lixo' (ou será 'mais lixo'?), levando os mercados a pressionarem a dívida pública portuguesa.
Perante este cenário a roçar o ridículo, não poderia deixar de vir à memória algumas famosas teorias da conspiração, entre as quais aquela que defende a existência do Grupo Bilderberg, um grupo restrito de pessoas que se reúne anualmente e que decide secretamente quais as políticas mundiais a adotar e a implementar. Apesar de Portugal não ter qualquer importância no xadrez geo-político mundial, o poderio económico de alguns países da UE não seria possível sem a existência de economias frágeis como a portuguesa ou a grega.