CRIATURA DA NOITE
Se procura um espaço onde abundam as pseudo-análises político-sociais com um ligeiro travo de ironia e sátira política de alguém que não percebe nada disto, chegou ao sítio certo!
REZEMOS IRMÃOS, REZEMOS!
Salvé rainha
Pequenina
Salta a vinha
Enche a cestinha
Salta fora
Vamos embora
Pai nosso
Que estais no céu
Calça rota
Cu ao léu
Pai nosso
Caldo grosso
Chicha gorda
Não tem osso
Come tu
Que eu já não posso
Pai nosso
Rilha ossos
Rilha tu
Que eu já não posso
Avé Maria
Cheia de graça
Tenho a barriga
Cheia de massa
Avé Maria
Tigela vazia
Eu a comer no prato
Tu a comeres na pia
Avé Maria
Cheia de graça
Vira o vinho
Cá p'rá cabaça
Louvado seja Jesus Cristo
Sempre se acabou isto?
Sempre seja louvado
Já podia ter acabado
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O EUROFESTIVAL DA TRETA
Ano após ano, as representações portuguesas nos eurofestivais continuam a sair derrotadas. Impõe-se uma pergunta: falta de talento ou mera fantochada?
Talvez a resposta esteja no número de espectadores do Sul, Centro e Norte da Europa que o eurofestival tem vindo a perder anualmente...
Jorge Leiria, o "puto-maravilha" que cantou e encantou Portugal no último Festival da Canção Júnior, foi o digníssimo representante nacional no Eurofestival Júnior 2007 em Roterdão, Holanda. Entre 16 concorrentes, o pequeno lourinhanense não foi além do penúltimo lugar.
Injusto e revoltante são as únicas palavras que me ocorrem para classificar este tipo de iniciativas. Entre 16 canções a concurso, 11 eram representantes de países do Leste da Europa e até da Ásia.
Primeiro questão: se estamos a falar de um eurofestival, qual a razão que leva este concurso a aceitar participações asiáticas?
Segunda questão: que tipo de justiça poderá existir nos resultados, quando a pontuação é atribuída por questões de "vizinhança"?
Terceira questão: porque é que Portugal continua a participar neste tipo de fantochadas?
A administração da RTP deveria fazer uma profunda análise a esta situação. Países como a Alemanha, Espanha, França, Itália ou Inglaterra já desistiram de dar o seu aval e até emprestarem os seus talentos a este tipo de concursos. Portugal deveria seguir-lhes o exemplo.
Vale-nos a participação brilhante do pequeno Jorge, um pequeno-grande talento que em Roterdão mostrou ser mesmo muito GRANDE!
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CIMEIRA UE-ÁFRICA E O JOGO DO "POLITICAMENTE CORRECTO"
Sete anos após a primeira e única Cimeira do Cairo, Egipto, os principais líderes da União Europeia (UE) e de África reúnem-se este fim-de-semana em Lisboa. Cerca de 80 países estarão representados neste encontro bilateral.
Desde muito cedo, esta Cimeira ficou marcada pela polémica devido há presença de alguns líderes africanos considerados personas non gratas na Europa, entre os quais se destacam Robert Mugabe (Zimbabwé), Mohamar Kadaphi (Líbia) e Omar Bashir (Sudão), acusados pela comunidade internacional de violação dos direitos humanos nos seus próprios países.
Gordon Brown, Pimeiro-Ministro britânico avençou que não marcaria presença nesta Cimeira, caso Lisboa insistisse no convite a Mugabe. Segundo Brown, "não me sentarei ao lado de pessoas que não respeitam os direitos humanos".
Curioso...Não tenho notado a ausência de Gordon Brown noutros encontros internacionais...
A ausência do PM britânico não se deverá única e exclusivamente ao facto de Robert Mugabe ter forçado a saída dos colonos brancos em finais dos anos 90 em detrimento dos seus concidadãos? Pois, é provável. Mas num mundo em que se vive do "politicamente correcto", este tipo de ilações não podem tornar-se públicas.
Curiosidades à parte...
Afinal, qual o objectivo desta Cimeira? Segundo alguns especialistas, estreitar as relações entre a UE e África, sobretudo, no que toca às relações político-económicas.
Numa altura em que a China e a Índia caminham a passos largos para se tornarem potências económicas a nível mundial, o continente negro tornou-se um ponto estratégico para a expansão destas economias. A industrialização dos países africanos, o solo rico em matérias-primas e metais preciosos e as constantes guerras ao longo dos anos, tornaram o continente negro demasiado apetecível a algumas economias mundiais.
Contudo, nesta corrida a UE corre o risco de ficar para trás devido à eterna autoculpabilização relativamente ao colonialismo. As últimas descolonizações efectivaram-se há mais de 30 anos. No entanto, e passados tantos anos e tantas guerras em que mergulharam a esmagadora maioria dos países africanos, os europeus continuam a subjugar-se à égide africana.
Todos os anos, a UE contribui com meios económicos, sociais e humanos para minorar o sofrimento do povo africano e, cumutativamente, sustentar as economias destes Estados que, por si só, poderiam auto-sustentarem-se recorrendo aos seus próprios recursos naturais.
Obviamente que as nações europeis tiram dividendos desta situação! Tudo isto não passa de um jogo meramente económico em que não há vencedores nem vencidos.
Os europeus constroem infra-estruturas e diversos equipamentos sociais e em troca os africanos permitem a exploração contínua dos seus recursos naturais. Digamos que estamos perante uma espécie de colonização pós-moderna...
E no meio deste jogo de interesses político-económicos, onde se encaixam os direitos humanos?
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CIMEIRA UE-ÁFRICA E OS DIREITOS HUMANOS...OU A FALTA DELES!
Desde cedo, a Cimeira UE-África ficou marcada sob o signo da polémica devido há presença de alguns líderes africanos como Robert Mugabe do Zimbabwé, Omar Bashir do Sudão ou Mohamar Kadaphi da Líbia, acusados de diversos crimes contra a Humanidade nos seus próprios países.
A crise humanitária no Darfur (Sudão) ou a violação dos direitos humanos no Zimbabwé parecem ter sido relegados para segundo plano na agenda de trabalhos, o que provocou reacções negativas por parte dos activistas dos direitos humanos e anti-globalização que também fizeram questão de marcar presença nesta Cimeira...se bem que, dum ângulo exterior.
Por vezes, dou por mim a questionar-me acerca destes manifestantes. Afinal, quem são estas pessoas? Como sobrevivem? Quem patrocina as suas deslocações e aquartelamento? Que interesses se movem por detrás destas organizações?
Não sei. Apenas constato o que é do conhecimento público. Esta gente, na esmagadora maioria das vezes jovens, chegam, manifestam-se de formas, muitas vezes, violenta e vão embora sem apresentarem quaisquer soluções alternativas viáveis sobre os problemas em debate e que satisfaçam todas as partes.
Contudo, impôe-se uma questão: será realmente possível contrariar esta tendência em que estes activistas mergulharam ou não passará de mera utopia?
Por mais dura que seja a realidade, há que encará-la de frente e sem artifícios. As questões económico-políticas e os direitos humanos jamais caminharão de mãos dadas em busca de um mundo melhor! O bem-estar de uns, implica o sacrifício de outros.
É triste, revoltante e até, para alguns, uma verdade inconveniente.
Ao longo da História são muitos os exemplos que comprovam que a supremacia económica acaba sempre por vencer.
O mundo justo em que todos usufruem de direitos e deveres iguais, não existe. Somos demasiado diferentes para que, um dia, hipoteticamente, possamos alcançar um mundo melhor, um mundo em que todos viverão em paz e harmonia, onde a comida e o bem-estar estarão ao alcance de todos.