CRIATURA DA NOITE
Se procura um espaço onde abundam as pseudo-análises político-sociais com um ligeiro travo de ironia e sátira política de alguém que não percebe nada disto, chegou ao sítio certo!
MAIS UM CASO NA MADEIRA
As notícias de constantes atentados à democracia na Madeira, nunca foram novidade para ninguém. No entanto, esta semana abriu-se um novo precedente - para muitos incompreensível - com as operações de buscas efectuadas ao edifício da extinta Secretaria Regional do Equipamento Social.
A história resume-se de uma forma simples. Na última segunda-feira, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) ordenou que se efectuassem buscas em diversos edifícios do Governo Regional da Madeira na sequência do inquérito da alegada omissão de dívida pública naquela região.
O caso nada teria de extraordinário, se as procuradoras do Ministério Público, Carla Dias e Auristela Gomes, não tivessem optado pelo Comando Territorial da GNR, força de segurança a quem cabe, essencialmente, competências ao nível fiscal e aduaneiro naquela região autónoma, em detrimento da Polícia Judiciária (PJ), força policial vocacionada para a investigação de crimes económico-financeiros, nomeadamento, crimes de corrupção, branquamento de capitais ou abuso de poder praticados por titulares de cargos políticos.
A propósito deste insólito caso, Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados veio a público defender que este tipo de actuação não é digno de um regime democrático, considerando ainda que todo este caso é "surreal" e "pior do que na América Latina ou na república das bananas".
E em abono da verdade, Marinho Pinto não anda muito longe da realidade ou não fosse considerada a Região Autónoma da Madeira uma autêntica 'República das Bananas' e os sucessivos governos centrais de Lisboa, um 'bando de bananas' incapazes de pôr fim ao despotismo político e económico de Alberto João Jardim.
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A UM PASSO DA FINAL
Numa semana futebolística europeia para esquecer para as equipas espanholas - recorde-se que o Barcelona FC e o Real Madrid foram eliminados nas meias finais da Liga dos Campeões -, o Athletic de Bilbao terá, esta noite, oportunidade a par do Atletic de Madrid de salvar a honra das equipas castelhanas nas competições europeias.
Pela frente terá um Sporting altamente moralizado pela vitória por 2-1 em Alvalade. Apesar de se prever um jogo bastante difícil para a equipa 'verde e branca', as hostes leoninas acalentam a esperança duma final em Bucareste, o que comportaria alguns lugares na subida do ranking da UEFA e, em caso de vitória, um acréscimo de 6 milhões de euros aos cofres de Alvalade.
Questões monetárias e prestígios à parte, uma possível vitória do Sporting na final da Liga Europa, também contribuiria de uma forma indubitável para o aumento da auto-estima nacional. Peritos na desvalorização de tudo o que é nacional, os portugueses depressa esqueceriam as mágoas e as tristezas de um país à beira do colapso... pelo menos, por alguns dias.
Por isso, esta noite o que todos pedem é uma vitória da equipa de Alvalade no estádio de San Mamés no País Basco. FORÇA SPORTING, MOSTRA QUE TENS CORAÇÃO DE LEÃO!
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O FIM DE UM SONHO
No dia em que se comemora o 38º aniversário da 'Revolução dos Cravos', pouco ou nada resta aos portugueses para comemorar. Num país completamente devastado pela crise económica e social, onde o desemprego, a fome e a miséria grassam a olhos vistos, as desigualdades sociais são cada vez mais evidentes e fracturantes.
Como forma de protesto perante esta situação, algumas figuras históricas da política nacional recusaram-se a participar nas comemorações do 25 de Abril na Assembleia da República. Mário Soares e Manuel Alegre contam-se entre os ausentes. Também a Associação 25 de Abril que congrega grande parte dos militares responsáveis pelo golpe militar de 1974, recusou-se a participar nas comemorações oficiais alegando que "A linha política seguida pelo actual poder político deixou de reflectir o regime democrático herdeiro do 25 de Abril".
Aos portugueses das gerações pós-25 de Abril, pouco ou nada resta dos ideiais da Revolução. O desalento, a desilusão e o descrédito nos políticos e nas políticas económicas e sociais estão a levar muitos homens e mulheres ao desespero da emigração. Aos que optam por ficar, nada mais resta do que rezar por melhores dias.